Flops – O sistema foi comprado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) da empresa Cray.
Seu desempenho máximo é de 244 teraflops, ou trilhões de operações por segundo (medida padrão dessas máquinas). Só EUA, Rússia, China e Alemanha têm máquinas mais rápidas hoje. “É muito flop!”, brinca Rezende.
Só o sistema de refrigeração da máquina custou R$ 2,9 milhões. Para alimentá-la, o Inpe precisará construir uma nova central elétrica, de 1.000 quilowatts. Hoje só há 280 quilowatts disponíveis no instituto.
O coordenador da Rede Nacional de Mudanças Climáticas, Carlos Nobre, compara: “Quando o Inpe recebeu seu último supercomputador, estávamos entre os 25 mais rápidos do mundo em aplicações de mudanças climáticas. Agora, estamos entre os três ou quatro mais rápidos nessa área.”
Com essa capacidade, estima Nobre, o Brasil poderá em dois anos e meio produzir seu primeiro modelo de circulação global. Atualmente, o IPCC baseia seus cenários em menos de 15 modelos desses – todos feitos em países desenvolvidos.
Amazônia – “Nosso interesse é um modelo que olhe melhor para a Amazônia e para o Atlântico Sul”, diz o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz.
Isso poderá, por exemplo, ajudar a determinar se eventos extremos como a chuva do Rio neste mês ficarão mais frequentes no decorrer do século, à medida que o aquecimento global afete mais a floresta e o oceano – duas das chaves mestras do clima no Brasil. Hoje, o principal obstáculo ao desenvolvimento desses modelos é capacidade computacional.
O computador também deve ajudar a solucionar um dos gargalos da previsão do tempo no país: a resolução dos modelos.
Com o supercomputador que o Inpe tem hoje, é possível fazer previsões com dois a três dias de antecedência, de hora em hora, para áreas de 40 km por 40 km.
Isso permite previsões razoáveis - o Inpe alertou, que cairia uma chuva de 70 milímetros no Rio, algo extremo para o mês de abril -, mas “míopes”: não dá para saber, por exemplo, se em Niterói vai cair dez vezes mais água do que em uma área a 20 km dali.
Para fazer previsões mais apuradas, em áreas de 5 km por 5 km, o Inpe hoje gasta dois dias rodando o modelo no computador. “Você não prevê tão bem o desastre de verdade”, diz Haroldo Velho, pesquisador do instituto. “Agora, vamos conseguir gerar 5 km em uma hora.”
Nem só ciência – Rezende comemora a turbinada computacional, mas lembra que só isso não vai salvar vidas.
“É claro que a ciência e tecnologia podem ser melhores; precisamos integrar radares meteorológicos, por exemplo. Mas o problema no Brasil é que os sistemas municipais de alerta quase não existem, os sistemas de defesa civil são desorganizados”, afirma ele.
O ministro continua: “A previsão do evento em Santa Catarina foi feita com três dias de antecedência. Se houvesse uma preocupação com essa questão, as pessoas teriam saído das áreas mais problemáticas, o que não aconteceu”. (Fonte: Claudio Angelo/ Folha Online)
Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2010/04/15/53569-brasil-compra-16º-mais-rapido-supercomputador-para-prever-clima.html
Imagem: GettyImages
Já fiz uma pequena doação às vítimas desta calamidade que atingiu a Região Serrana do Rio, região que gosto muito, e que destruiu belas cidades e causou tantas mortes. Desejo muita força e fé para todos que passam momentos tão difíceis e dolorosos e que, mesmo com tantas cicatrizes, consigam se reerguer.
Com pesar,
Paulinho.com
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