quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Framework, uma empresa que pretende reinventar a indústria com equipamentos mais duráveis.


Nirav Patel sempre passou a vida vendo os eletrônicos de consumo por dentro. Quando criança, abria os computadores que encontrava em sua casa, um lugar onde o quebrado não era substituído: era consertado. “Naquele ecossistema, o hardware ainda era muito aberto e você podia mexer em quase tudo”, lembra. Depois trabalhou na Apple e fez parte da equipe fundadora da Oculus —e se deparou com o mundo de ponta cabeça. “Em poucas décadas, os dispositivos se tornaram completamente fechados e inacessíveis para o usuário final”, lamenta.

O resultado disso é uma civilização acostumada a que as últimas tecnologias fiquem obsoletas em apenas um ano. Um mercado onde é razoável que uma calça jeans dure muito mais que um computador. “É uma loucura que produtos tão caros e tão avançados sejam tão descartáveis; que gastemos 2.000 dólares [11.000 reais] em um computador e que a deterioração de uma pequena parte, como uma bateria ou uma tecla, deixe-os inutilizáveis por ser tão caro consertá-los”, afirma. O paradoxo foi o caldo de cultura da Framework, a empresa com a qual Patel pretende nos devolver o acesso às entranhas dos nossos dispositivos e, com sorte, tirar a indústria do modelo em que está presa.

Dezoito meses depois do início do projeto, a empresa estava pronta para o lançamento de seu primeiro produto: um laptop consertável e configurável cujas primeiras unidades estão chegando aos consumidores dos Estados Unidos e do Canadá. “Estamos construindo a infraestrutura para chegar à Europa. Nosso objetivo é aceitar encomendas em alguns países europeus até o final do ano e continuar nos expandindo em 2022.” Sua promessa é que não precisamos ser engenheiros nem ter conhecimentos prévios para melhorar ou substituir qualquer parte da máquina. “Na verdade, é muito fácil”, garante. Basta um chave de fenda.

Pergunta. Como decidiu dar esse passo?

Resposta. Estava claro que o problema não se resolveria sozinho e que a única maneira de corrigi-lo era demonstrar que é possível construir uma empresa que siga um modelo diferente, mais amigável, com o consumidor e o meio ambiente. E eu sabia que tinha as habilidades e os contatos necessários para isso.

P. Quanto deve durar um laptop da Framework?

R. Nosso objetivo é que durem pelo menos o dobro do que os consumidores poderiam conseguir comprando outro computador de características semelhantes. Mas o importante é que os equipamentos não serão apenas funcionais durante esse período, serão também agradáveis. Não se trata de um produto que começa a se deteriorar depois de funcionar perfeitamente durante dois anos, e que faz o usuário sofrer por mais dois anos. Se algo começar a funcionar pior, seja uma bateria gasta, uma tela danificada ou um espaço de armazenamento insuficiente, isso pode ser resolvido com uma simples troca de módulo. Além disso, se um usuário precisar de uma porta diferente, pode consegui-la sem a necessidade de adaptadores externos, basta trocar as placas de expansão. A máquina foi projetada para ser muito fácil de abrir, e tudo está etiquetado com códigos QR onde o usuário encontra instruções passo a passo.

P. Por fora, seus computadores se parecem com qualquer modelo comercial, mas o interior é bem diferente. O quanto foi difícil reinventar essa estrutura?

R. Não é uma reinvenção total. Pudemos aproveitar muito conhecimento em matéria de design e arquitetura. Na verdade, é uma revisão de prioridades: para nós, o importante era garantir que tivéssemos um laptop muito fino e de alto desempenho, mas dentro dos limites de torná-lo totalmente acessível para quem nunca viu um computador por dentro.

P. Vamos supor que meu teclado quebre. Quanto tempo e dinheiro eu gastaria para consertá-lo?

R. Para essa peça, temos duas opções. Uma é substituir toda a parte superior —99 dólares [562 reais]—, que levaria dois minutos ou menos. A outra é substituir apenas o teclado —39 dólares [222 reais]—, que é um pouco mais complicada e pode levar meia hora. O usuário pode escolher, comprar a peça de reposição em nosso site e recebê-la em casa em dois dias. É mais eficiente para o consumidor e para nós: ele não tem de nos enviar o computador e esperar que o centro de reparo o examine, e também não precisa se preocupar com a segurança da informação.

P. E se acontecer algo mais letal? Se um café derramado danificar diferentes componentes? O conserto deixa de ser econômico?

R. Se o dano for grande, pode fazer mais sentido comprar um novo. Mas mesmo nessa situação seria possível economizar aproveitando alguns componentes. Por exemplo, os cartões de expansão de memória e armazenamento provavelmente estariam intactos.

P. Em relação ao preço, como é a comparação com outros equipamentos do mercado?

R. Tentamos manter um preço próximo ao que o usuário encontraria comprando um computador similar. O laptop pré-configurado mais barato custa 999 dólares [5.674 reais] e o mais caro, 2.000 dólares [11.360 reais]. Além disso, se um usuário, por exemplo, não quiser o Windows, pode configurar uma opção mais barata na versão “faça você mesmo”.

 P. Nesse cenário, os compradores continuam dependendo de vocês para conseguir peças de substituição. Essa espécie de monopólio faz parte de seus planos?

R. Não. Estamos tentando construir um ecossistema que vá além da Framework. Já publicamos abertamente os projetos dos cartões de expansão e temos alguns empreendimentos comunitários e pequenas empresas começando a desenvolver seus próprios cartões. Isso é ótimo, porque os consumidores não precisam depender de nós. E queremos que isso ocorra também com outros componentes.

P. Vocês não temem que esses fabricantes acabem por expulsá-los do mercado?

R. Não especialmente. Para nós, o objetivo é fazer com que esse ecossistema cresça e nossa loja sirva, com o tempo, como mercado para esses fabricantes e vendedores.

P. Veremos e consertaremos as entranhas de mais dispositivos?

R. Sim. O laptop é só o início porque era o mais óbvio e possivelmente a categoria que mais precisava do modelo que temos. Mas acreditamos que isso se aplique a qualquer categoria de eletrônica de consumo. Todos nós temos uma gaveta cheia de dispositivos quebrados com os quais não podemos fazer nada.

P. Imagina a Apple ou a Samsung seguindo um modelo semelhante?

R. Gostaríamos. Mas não conto com isso. Seus modelos estão muito centrados nesse ciclo da substituição.

P. O modelo da Framework as mataria. O que pode matar a Framework?

R. Nosso maior desafio é o problema que todo o mundo está enfrentando: a escassez de silício e os problemas na cadeia de fornecimento. Até agora temos conseguido superar isso, mas ninguém sabe exatamente o que acontecerá no ano que vem, e não parece que esta crise vá desaparecer. Por enquanto, estamos vendendo laptops mais rápido do que os fabricamos.

Fonte: https://brasil.elpais.com/tecnologia/2021-11-02/e-uma-loucura-que-produtos-tao-caros-e-avancados-como-um-computador-sejam-tao-descartaveis.html

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Apicultor do futuro: abelhas são monitoradas de longe em colmeia robótica.

 

Presidente-executivo da Beewise, Saar Safra, 
observa colmeia robótica desenvolvida pela empresa israelense
Imagem: Reuters/Amir Cohen


Ari Rabinovitch
Em Beit Haemek (Israel)
09/08/2021 12h47

O zumbido das abelhas abafava o barulho do braço robótico, que funcionou com uma eficiência que nenhum apicultor humano poderia igualar.

Uma após a outra, a máquina examinava pilhas de favos que, juntas, podem abrigar até dois milhões de abelhas - inspecionando-as em busca de doenças, monitorando pesticidas e relatando em tempo real quaisquer perigos que ameacem a colônia.

A colmeia de última geração foi desenvolvida pela startup israelense Beewise, que afirma que esse tipo de cuidado ininterrupto é necessário para minimizar o risco de colapso das colônias de abelhas. 

Houve uma queda drástica no número de abelhas em todo o mundo, em grande parte devido à agricultura intensiva, o uso de pesticidas, pragas e mudanças climáticas. 

As empresas têm buscado diferentes tecnologias para tentar retardar a extinção em massa das colônias, como a implantação de sensores em colmeias de madeira tradicionais ou métodos para lidar com a perda de abelhas, como a polinização artificial. 

Quase do tamanho de um trailer de carga, a colmeia de Beewise possui 24 colônias.  Por dentro, é equipada com um braço robótico que desliza entre favos de mel e é dotado de visão computacional e câmeras. As aberturas com códigos de cores nas laterais permitem que as abelhas entrem e saiam. 

"Qualquer coisa que um apicultor faria, o mecanismo robótico pode imitar e fazer com mais eficácia, sem nunca se cansar, sair de férias ou reclamar", disse o presidente-executivo da Beewise, Saar Safra. 

Isso inclui a colheita de mel, a aplicação de remédios e a combinação ou divisão de colmeias. A Beewise já arrecadou 40 milhões de dólares em financiamento de investidores privados e mais de 100 de seus sistemas estão sendo utilizados em Israel e nos Estados Unidos.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio 2020 (2021) tem show de drones

 

Drones formam o Planeta Terra na abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio (Foto: Reprodução/Tokyo 2020) 2021

A Olimpíada “mais tecnológica de todos os tempos”, segundo os próprios organizadores do evento, não poupou na inovação durante a cerimônia de abertura dos Jogos de Tóquio 2020. (2021) Um dos destaques foi o uso de 1.824 drones no céu acima do Estádio Nacional.

Na primeira aparição, os equipamentos se uniram para representar o símbolo da competição. Depois, foram reposicionados para exibir o planeta Terra.

O show tecnológico impressionou os espectadores, e movimentou as redes sociais.

Com o tema “Unidos pela emoção”, a abertura não teve a presença de público pagante e poucas pessoas puderam acompanhar a cerimônia ao vivo do Estádio Olímpico.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Fone bluetooth permite traduzir conversas em tempo real


Fone Bluetooth permite conversar em 40 idiomas com tradução simultânea.

Por Filipe Garrett, para o TechTudo


O fone de ouvido Bluetooth Timekettle WT2 Edge é um modelo totalmente sem fio que promete traduzir até 40 idiomas em tempo real. O produto tem design que lembra os AirPods, da Apple, e funciona de forma bidirecional, funcionando em conversas em diferentes línguas. Segundo a fabricante, o processo é rápido e tem precisão de 95%.

Contando com até 12 horas de autonomia, o acessório já bateu a meta de financiamento coletivo no Indiegogo e sai a US$ 109, com frete de US$ 10 para o Brasil (R$ 595 e R$ 53,60, respectivamente). As entregas estão previstas para abril.

O grande diferencial do dispositivo é a promessa de tradução ao vivo em duas vias, ou seja, você ouve o que seu interlocutor fala de forma traduzida e o outro também pode ouvi-lo em seu idioma.

Primeiro, o usuário deve baixar o aplicativo disponível para Android e iPhone (iOS). Depois, é necessário determinar os idiomas de entrada e saída, e compartilhar um dos lados com a outra pessoa.

Fonte: https://www.techtudo.com.br/noticias/2021/02/fone-bluetooth-permite-conversar-em-40-idiomas-com-traducao-simultanea.ghtml