Quando se junta na mesma frase as palavras "rede" e "pesca", logo vem à cabeça a estrutura de fibras usada para capturar peixes. Mas um projeto desenvolvido na pequena cidade de Santa Cruz Cabrália, na Bahia, pretende colocar outro tipo de equipamento no dia a dia dos pescadores da região. O "Pescando em redes 3G", que vem sendo realizado desde outubro de 2009, mas só foi lançado oficialmente semana passada, alia educação e tecnologia para aumentar a produtividade e a renda de homens e mulheres que desempenham a principal atividade econômica da região.
A iniciativa é da Qualcomm, que mantém outros projetos de internet sem fio em países como Guatemala e El Salvador. Este é o primeiro deles no Brasil, segundo Peggy Johnson, vice-presidente para Américas e Índia.
A parceria com outras empresas e com a ONG Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS) permitiu o desenvolvimento de aplicativos de coleta de dados para auxiliar os pescadores a gerenciar seu negócio, além da construção de um centro, onde serão ministradas aulas. Foram adquiridos 18 computadores e 25 smartphones.
- Eles terão mais controle sobre o lucro antes mesmo de voltarem do mar. E não precisarão saber detalhes técnicos e nem fazer contas, porque o próprio aplicativo fará isso por eles - conta André Brugger, presidente do IABS. - Como as informações também podem ser acessadas via web, vamos estabelecer parcerias com os restaurantes. Assim, podemos combater a atuação dos atravessadores.
Outro programinha a ser desenvolvido nos próximos meses vai ainda fornecer dados climáticos, aumentando a segurança dos pescadores. Cerca de 200 serão treinados pelo projeto. Eles pertencem às colônias de pesca de Santa Cruz Cabrália, à da cidade vizinha Guaiú e à tribo indígena Pataxó que vive na região.
A princípio, o programa termina em outubro de 2011, quando completa dois anos. Até lá, a Vivo fornece de graça a conexão 3G e as empresas prometem fazer a manutenção dos equipamentos.
- Depois, a ideia é que eles paguem as contas, reponham os equipamentos e andem com as próprias pernas. Não é um projeto assistencialista. A expectativa é que eles tenham um aumento de 100% da renda - explica Brugger.
Imagem: GettyImages
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