segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Conheça Lysa, o cão-guia robô que fala com o dono


A autonomia para andar pelas ruas e calçadas de nossas cidades é um desafio para pessoas com deficiências visuais. Pensando em colaborar de forma concreta para melhorar a mobilidade das pessoas cegas, uma startup (negócio inicial na área de tecnologia) capixaba criou um cão-guia robô. A invenção é um protótipo em fase final de desenvolvimento. Um dos detalhes é que o equipamento até fala com seu dono.

Batizado de Lysa, o robô promete ser uma alternativa mais prática e segura em relação aos cães-guias adestrados e bengalas, já que uma das principais dificuldades das pessoas cegas é identificar obstáculos que estejam na altura da cintura para cima, como galhos de árvores, telefones públicos (orelhões), lixeiras suspensas, entre outros empecilhos.

O robô começou a ser produzido em 2011 pela bacharel em ciências da computação, Neide Sellin, quando trabalhava em um projeto de robótica de uma escola municipal da Serra.

“A Lysa surgiu quando eu fiz amizade com pessoas com deficiência visual e comecei a entender as dificuldades que passam. Como sou da área de tecnologia, percebi que ela poderia favorecer. Então, desenvolvi a Lysa com alguns sensores e motores que facilitam a locomoção”, disse Neide.

Com bateria recarregável, o robô Lysa tem funções semelhantes às de um cão-guia convencional. É dotado de dois motores e cinco sensores que avisam à pessoa com deficiência visual, por meio de mensagens de voz gravadas, quando há no percurso buracos, obstáculos e riscos de colisões em altura. A intenção é que chegue ao mercado com cerca de 3,5 quilos.

O objetivo do projeto é captar recursos para desenvolver 10 unidades e disponibilizar de forma gratuita para pessoa com deficiência visual. Para isso a startup abriu uma plataforma de doação colaborativa, em que qualquer pessoa pode contribuir. As doações são feitas pela plataforma Kickante.

“Os protótipos iniciais custam em torno de R$ 10 mil. Se conseguirmos alguma empresa para construir em maior escala, podemos conseguir reduzir para menos de R$ 5 mil a unidade”.


Mais informações em:

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Michelin mostra pneu do futuro biodegradável e impresso em 3D



A Michelin apresentou ontem o "Vision", um novo pneu experimental que não é inflado com ar e que é composto por uma única estrutura que une roda e pneu. A invenção da Michelin é feita de materiais biodegradáveis e consegue absorver os impactos da estrada por meio de sua construção mecânica, sem a necessidade de pressão do ar.

O Engadget, que teve acesso à novidade, explicou que, como não precisa ser inflado, o pneu está imune a problemas como furos, baixa pressão ou estouros. Ele usa um novo tipo de mecanismo para se acoplar aos eixos dos veículos, e pode ser feito com uma variedade de materiais biodegradáveis, como casca de laranja, metal reciclado, palha, papel e até mesmo melaço.

Refazendo os sulcos

Um possível problema dessa estrutura única seria a necessidade de substituir tanto a roda quanto o pneu quando a superfície dela ficasse "careca". Mas a Michelin propôs para isso uma solução envolvendo impressão 3D. Quando a superfície do pneu começasse a ficar lisa, o motorista poderia se dirigir a um mecânico especializado para imprimir em 3D novos sulcos na estrutura. A impressão seria feita com a deposição de mais camadas de materiais sobre a parte da roda que entra em contato com a estrada.

Segundo Terry Gettys, o vice-presidente global de pesquisa e desenvolvimento da empresa, seria possível até mesmo criar estações automáticas especializadas para esse processo. O motorista poderia simplesmente estacionar nelas para "trocar seus pneus" com esse método. Isso levaria, segundo ele, menos tempo do que trocar os quatro pneus.

Pneu pensante

No futuro, ainda seria possível colocar sensores nas estruturas dos pneus. Esses sensores poderiam informar o motorista, em tempo real, sobre o estado da superfície e a distância viajada. Uma frota de caminhões equipados com tal tecnologia, por exemplo, poderia enviar essas informações automaticamente para uma central que gerenciaria os tempos de troca de pneu de cada veículo.

Mas ainda deve levar bastante tempo para que a novidade chegue às estradas. A expectativa, de acordo com Gettys, é de cerca de dez anos. A ideia é que os conceitos apresentados com o "Vision", tais como a estrutura única, a superfície que pode ser impressa em 3D e os materiais biodegradáveis, sejam incorporadas ao longo do tempo aos produtos que a empresa já tem.

Por: Gustavo Sumares 
Imagem: Foto: reprodução Engadget