quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Impressões cerebrais podem substituir senhas no futuro


Uma nova tecnologia desenvolvida pela Universidade de Binghamton em Nova York, nos Estados Unidos, permite identificar pessoas segundo as respostas cerebrais delas a certos estímulos. Chamada de "brainprint", ela poderia ser usada para substituir senhas em casos de segurança de alto nível.

Para criar uma "impressão cerebral" das pessoas, a equipe de pesquisa, liderada pelos professores Sarah Laszlo e Zhanpeng Jin, expõe indivíduos a uma série de 500 imagens escolhidas para provocar detrminadas reações em seus cérebros. Cada imagem é exposta por apenas meio segundo, e as respostas cerebrais dos indivíduos é gravada por meio de eletrodos.

Em seguida, os indivíduos podem ser identificados com base em seu padrão de reação cerebral às mesmas imagens. No artigo originalmente publicado pelos pesquisadores, eles foram capazes de identificar uma pessoa num grupo de 32 pessoas com 97% de precisão, e, em grupos de 30, com precisão total.

Inviolável

Se for utilizado como forma de acesso a locais, materiais ou informações, o "brainprint" é mais preciso do que outras formas de identificação biométrica (como impressões digitais ou escaneamento de retina). Isso porque as "impressões cerebrais" dos usuários não podem ser roubadas como, em casos extremos, os dedos ou olhos podem.

Além disso, segundo Laszlo, o sistema também não funcionaria se uma pessoa fosse ameaçada ou coagida a utilizá-lo. "Se você ameaça alguém com violência, por exemplo, isso deixa a pessoa estressada", disse Jin à revista da universidade, "e quando você está estressado, a sua atividade cerebral muda de maneira bastante dramática", completa.

Outra vantagem do método é que, no improvável caso de uma impressão cerebral ser roubada, ela pode ser simplesmente ser cancelada e refeita. Métodos tradicionais de biometria, por sua vez, não podem ser refeitos caso algum dia sejam hackeados.

Segurança de alto nível

Como a tecnologia leva algum tempo para ser elaborada e verificada, e exige equipamentos como eletrodos, é improvável que ela chegue a smartphones, por exemplo. No entanto, os pesquisadores veem nela uma alternativa confiável para situações de segurança de alto nível, como para entrar em locais aos que poucas pessoas têm acesso.

Alguns dos locais em que os pesquisadores vêem aplicações práticas para a tecnologia são centros de pesquisa militar, locais que guardam informações sigilosas e senhas de acesso para dados restritos.  

Por Gustavo Sumares

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